sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

AVERDADE


E tudo na memória é ficção... e assim como a memória, os textos também se deturpam e mudam detalhes, se não enredos!!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Que também se deletam pessoas!


"Mas se você tirou até seu tio de casa, até parece que não vai tirar seu ex das festas familiares!?" - E foi assim que a minha vó falou pra mim quando eu disse que não aceitava um exzinho se meter nas festas de aniversário do meu irmão... "É claro que ele não foi vó! Ex é ex... acabou o namoro, acabou a ligação com a família! Até parece que as ex-namoradas do meu pai frequentam a casa da senhora até hoje! Porque são amiiigas da família... amizade fica, ahãaa...!" - e levantei a sobrancelha com uma força pra encostar na nuca! - "E até a minha mãe... só vai às festas de família porque tem filhos com meu pai, se não nem aparecia lá... e eu, que graças a Deus nem cheguei perto disso, não quero ele nem beirando os meus, MEEEUS!" -  falei pra ela! "Mas ele é meu amigo sim!", pairou o silêncio, olhamos uma pra outra e respondi no meio de uma gargalhada bem dada: "Amigo seu enquanto não encontra alguém que ele goste pra namorar e ficar amigo da família da nova futura ex dele!", então ela virou pra mim com um olhar torto: "Hum... pior que é! Amigo nada! Ele é é um exzinho... quero esse rapaz dentro da minha família não... melhor a gente dar o fora nele antes dele vir dar o fora em mim, e ele nem me pede bença mais!".

E é assim que os dias, as horas, os anos, os minutos excluem as pessoas de nossas vidas, de nossos porta retratos, murais, lembranças físicas, mentais... por causa de um cumprimento! Não tem outro jeito mais fácil de conquistar vó de namorada, é só pedir bença! Foi assim que eu incluí ele na vida dela e foi por causa da benção que ele saiu!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Para tudo que se renova.


Que o tempo passa todo mundo já disse, todo mundo já leu, todo mundo já observou. Mas ninguém nega que ele assusta! A mulher nova que enrugou, os cabelos brancos que surgem depois dos vinte, as crianças que crescem assustam sim, as vezes apavoram a pessoa que fomos um dia, nesse tempo que também ficou pra trás.

Todo ano que começa traz nostalgia... hoje as aulas recomeçaram e entrar na sala como professora é quase a mesma coisa que voltar como aluno. O sono paira, as pernas e os músculos, despreparados pelas férias sedentárias, doem, latejam! A cama chama lá de longe, de casa... a fome é maior e a vontade de reencontrar os pequenos, em algumas turmas, até causa ansiedade. E ahh!! Que vontade de escrever no quadro!!

Entristece um pouquinho é ver que aqueles pequenininhos dos 6º ano estão crescendo, se tornaram 7º... namoram, nem te olham com a mesma pureza e já se corrigem quando cospem um abominável "Tia!".

E também tem aquelas peças raras né!? Entrei no novíssimo 7º, ainda balbuciava um "Bom dia turma!" e um dos alunos, o Mário (sim... todo mundo faz a piada com o menino), pulou em cima de mim querendo colocar a mão no meu nariz: "A professora colocou um pilcing!! Dá aqui!!! Deixa eu arrancar esse cravo!!"... e são nessas horas que eu sou bem Lílian mesmo, sem me preocupar com esse tempo que corre acelerado... morro de rir!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Erro de português. (Não o de Oswald)


Sim, as vezes eu esccrevo errado sim
escrevo sobre um sentimento errado,
sobre uma lembrança mentirosa,
com letras trocadas,
mas escrevo para uma pessoa só...

Para: Uma Pessoa Só
Mas se escrevo errado,
se confundo datas,
se troco letras,
é porque escrevo de forma muito passiva
A ponto de deixar passar, o que já sei.
Se as vírgulas ficam, se os pontos não entram
se sou formalmente informal
é porque tento dizer sempre que não estamos sós

Nós nos temos.

5 minutos pensando.


É porque as vezes eu sonho que estou fumando... e o cigarro é tragado com tanta ânsia e tem tanto sabor de vontade, que o fumo se transforma em cinza numa ou duas tragadas, a fumaça preenche todo o meu organismo e meus pulmões inflam de prazer... Mas eu não fumo, simplesmente sonho... No mundo dos sonhos sou fumante, nesse? não. 

Pensando que tenho dois modos de ser, talvez todo ser humano seja ambíguo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O que fica da viagem.


Para mim viajar é exercitar a paciência, até porque tenho um exercício que gosto sempre de colocar em prática, é bem difícil, para mim pelo menos, e às vezes me causa mal-humor, porém o resultado sempre me faz feliz... pratico o silêncio.

Praticar o silêncio é viajar observando tudo, ouvindo as conversas entre passageiros que não se conhecem, se apresentarem, contarem sobre suas viagens, o motivo do destino, como é sua vida. Observar as velhas principalmente, chorarem como seus parentes as amam e não queriam que fossem embora, como seus netos cresceram, sobre suas dores... os advogados contarem vantagem em como resolveram seus problemas com a aviação há minutos do embarque... o desespero das mães com nenéns chorosos quando eles passam de chorosos para gritantes... enfim, observar cada universo que existe fora do meu.

O papel em praticar o silêncio é me manter calada o máximo possível... isso só é bom porque ao fim da viagem me sinto reservada, com meus motivos e impressões somente para mim e imagino que talvez as pessoas pensem: "Por que essa menininha viaja sozinha?", "O que ela faz da vida?", "Por que não conversa?", "Por que chora?", "Por que dorme tanto?", "Por que lê?", "O que lê?"... Também tem um quê meditativo, um enorme quê!

É ótimo olhar a paisagem e pensar, fantasiar sobre de quem são as terras, fazendas que vejo... sobre os animais que alí estão, sobre como vivem as pessoas dalí.

Uma única vez me quebraram do silêncio. Um senhor, com seus 55 anos talvez, conversamos sobre japoneses, sobre emprego, sobre educação. Na verdade a conversa toda foi sobre educação familiar-escolar e por causa desse assunto, soube muito sobre aquele senhor e ele soube muito sobre mim.

Mas o mais interessante de viajar é que viajo sonolenta, porém acordada. Fecho os olhos e em transe, ouço as conversas, as músicas, talvez os filmes, os choros de crianças e as pessoas comentando: "Nossa! Como ela dorme!" como se fossem um sonho. Em viagens durante a noite durmo mesmo, mal mas durmo... os que me conhecem sabem: não posso ouvir o barulho contínuo de um motor. E quando o Sol aparece, desaparece com ele a facilidade do bom sono.

Desta vez voltei mais tarde do que deveria e é claro que adorei me atrasar.