sábado, 10 de dezembro de 2011

Filosofia da vaidade


Mudo porque vivo, uma amiga me passou Matias Aires para ler... lendo, como gostaria ter pensado isso antes:

"A firmeza é atributo essencial de morte. Não somos firmes no amor, porque em nada podemos ser constantes: continuamente nos vai mudando o tempo; uma hora de mais é mais em nós uma mudança. A cada passo que damos no decurso da vida, imos nascendo de novo, porque a cada passo imos deixando o que fomos, e começamos a ser outros: cada dia nascemos, porque cada dia mudamos, e quanto mais nascemos desta sorte, tanto mais nos fica perto o fim que nos espera. A inconstância, que é um ato da alma, ou da vontade, não se faz sem movimento; a natureza não conserva e dura senão porque se muda e move. O mundo teve o seu princípio no primeiro impulso, que lhe deu o primeiro artífice; a mesma luz, que é uma bela imagem da onipotência, toda se compõe de uma matéria trêmula, inconstante e vária. Tudo vive enfim do movimento; a falta de mudança é o mesmo que falta de vida, e de existência, e assim a firmeza é como um atributo essencial de morte"...

... e novamente não sou mais a mesma.

Um comentário:

Kelly disse...

Adorei o post! Bjo.