sábado, 11 de fevereiro de 2012

"E por isso não erra e é comum e boa" - O guardador de rebanhos.


"A firmeza é um atributo essencial da morte. 
Não somos firmes no amor,
 porque em nada podemos ser constantes:
 continuamente nos vai mudando o tempo: 
uma hora de mais é mais em nós uma mudança".
Matias Aires. 

E é na fração de segundos que mudamos, 
ora sou 
e por qualquer efeito catalisador,
é num prazo de milésimos 
que deixo de ser.

"Em dois anos todas as células vivas em seu corpo hoje já terão morrido, seu corpo manterá parte da aparência, mas você não será materialmente esta que está aqui" - apontou o dedo no meu rosto e me alertou pro que de mais importante preciso hoje: nesses meus prazos curtos vou evaporando, abstraindo-me, literalmente por existir, desapareço. Por viver, morro. Por transitar, melhoro.

"Esta fui eu há dois anos" - posso afirmar - "com toda clareza, nesta imagem, não me pertenço mais". - Não nos pertencemos nunca.

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