segunda-feira, 29 de julho de 2013

C'est la vie


É que ela tenta mudar pela aparência o que é a sua própria vida. Nem sempre adiantou, vez ou outra vai. Corta os cabelos aparando as arestas dos conflitos internos, muda a cor de seus fios pelo brilho que falta no mundo... faz as unhas, compra umas roupas, viaja, troca as músicas, lê Clarice Lispector. Ela é a porção feminina que habita este tipo de universo de padrões, ela sabe, já falidos. Ela chama assim: istmo de época: não é do passado e ainda não é concisa no futuro: flutuante de períodos sociais, ela sabe, vive no nem. Abstrata de alma, hermética nos traços, ela é cada porção física do que tenta ser na existência. E ela nunca nem esteve aqui e talvez nunca consiga.

Dialetal, ambígua, contraditória. Mas olhe, é sim uma confusão, mas também é doçura... pois que apesar de todos os disfarces errados que comprou do destino, ela continua preferindo acreditar nas pessoas e nos fatos. Veja bem, não é mais inocência... o peso da culpa levou essa parte de sua delicadeza... é por princípio. Outra coisa que ela decidiu, resolveu ser uma pessoa de priores. Contando inclusive que a prioridade é ela mesma e o seu bem estar consigo.

Um comentário:

Cláudio disse...

Ela mente. Diz-se prosa, mas é poesia pura.