sábado, 22 de novembro de 2014

Antes que 2014 acabe ou saia de dentro enquanto há tempo.


Este é um texto sobre tudo que eu não imaginava que podia acontecer. É uma redação sobre aquela coisa de quando você desistir sem perder a esperança nas relações positivas da vida, ela vai acontecer pra você. É um texto sobre postura mental... ou talvez um ensaio sobre energia. Um ensaio mequetrefe sobre a vibração que a gente cultiva por dentro.

Eu, que sou uma Zé ninguém travestida de mim mesma, compreendi que é assim que a vida é: você precisa se tornar a sua teoria para que ela ocorra no mundo prático. As pessoas, seja lá qual for o momento, tendem a se tornarem o que são por dentro e saiba: é inevitável sair de dentro. Uma hora ou outra, todo mundo sai... E você pode tentar impedir isso, assim como alguns pais impedem seus filhos de serem gays ou algumas mães impedem suas filhas de colocarem alargador ou pintarem seus cabelos de verde. Tudo acontece na vacilada: É aquele pequeno momento que você se distrai que a pessoa sai de dentro, e essa pessoa pode ser você mesma, ou alguém que você está dominando para que não exploda pra fora a essência de dentro. Não se reprima, já cantavam os pagodeiros dos anos 90.

Eu, por exemplo, ansiava por escrever. Meus dedos precisam digitar. Mas o tempo e os acontecimentos me retardaram nesta produção aqui. Sabe aquela coisa do mundo ir acontecendo, o trabalhando ir sufocando, a vida mudar e as prioridades emergirem? Ocorre que, desculpe, minha essência escreve até na reflexão mental, é sobre textos que eu penso all the time. Minha alma funciona pela redação. São todos os segundos desses 25 anos uma narrativa, uma história construída pelo que se passou, pelo que espero que ocorra e pelos enredos que invento aqui do lado de dentro. Outro dia escrevi: O que quero que aconteça e o que faço com o que ocorre.

Bem... Toda história tem dois lados. Este é o meu. Eu não vou contar como as coisas aconteceram, eu acho que basta dizer que todo o turbilhão que me fez chegar à conclusão, que é o que eu preciso contar pra você que está aí perdendo seu tempo me lendo, aconteceu de uma só vez e sem que eu esperasse e como foi rápido e inesperado, óbvio que atropelou etapas... Foi aquele turbo da corrida que se você consegue controlar, te faz ganhar o jogo. De repente apertaram o turbo velocidade do meu carrinho do Need for Speed e um ciclo se fechou pra abrir um novo.

A questão é, claro, que às vezes a felicidade da sua vida esbarra no planejamento da vida dos outros. É claro que quando você parte pra novas estradas, você deixa pra trás uma parte do seu caminho, nem sempre tudo pode acompanhar, acompanha na lembrança, acompanha no coração, acompanha na essência que é o que a gente é, mas não acompanha necessariamente na vida concreta e a gente aprende a lidar com isso com o passar do tempo.

Desculpe se eu te deixei ou se esbarrei na sua vida pra que a minha continuasse, com a vivência todo mundo vai aprendendo que essa lógica é inexorável, a diferença é a delicadeza com que você leva as coisas. Delicadeza sempre foi um exercício pra mim, daí que já nasci pequenininha pra evitar catástrofes.

Mas, péra! Calma! O que eu preciso contar nessas letras, é isso aqui: Cara pessoa, o mundo acontece praquela gente que se torna sua própria teoria. A vida e tudo que você reza pro universo te proporcionar vai acontecer, você vai inevitavelmente sair de dentro, não tem jeito das coisas darem errado na vida da gente... A questão é a demora que vai demorar... E ela vai depender muito mais de você se tornar a prática do que você deixa sair pela sua boca do que das pessoas e do mundo a sua volta.

Não adianta acreditar que se colhe o que se planta e desejar/esperar a má colheita do outro. Não adianta querer amar e não acreditar que existam pessoas amáveis. Não adianta querer um emprego melhor e não exercer direito seu próprio cargo atual. Não adianta falar mal do ensino de sua escola e não cumprir com as atividades que ela propõe para te ensinar. Não adianta falar mal do comportamento alheio e fazer o mesmo em retribuição ao semelhante. O mundo não é uma fábrica de realizações ocas e ele gosta de gente verossímil, seu raciocínio é lógico.

A minha teoria se resume numa frase: “Nasce se só, morre-se sozinho”. A vida é uma questão individual, você precisa aprender a gostar de ti mais do que qualquer outro alguém.  E talvez precise passar a dispensar companhias, porque a sua é a melhor. Você vai precisar ir ao cinema só, fazer compras só, sair, viajar, andar e viver só, até que deixe de perceber que está em descompanhia. Desse modo, um dia você passará a ser priori de quem te coloca como priori, porque você é a sua própria prioridade... Uai!? Mas isso aí eu disse em outro texto fajuto meu. Então porque estou repetindo há tantos dias essa reflexão, enquanto vou pro ponto de ônibus ouvindo música?

É porque durante muito tempo essa foi uma teoria que não passava de um conceito que eu havia compreendido, mas não havia internalizado. E quando eu a escrevi, ela já estava aqui dentro do que sou, mas ainda não era eu. Ela era aquilo que eu tinha que fazer. E eu nunca contei isso pra ninguém, mas eu sempre penso assim de mim enquanto estou trabalhando funções progressivas: “Eu sou uma formiguinha executadora, a minha função é fazer com que dê certo”. Esse exercício de colocar as teorias em prática até que se tornem habituais e até que o hábito se torne mecanismo natural de comportamento é a atividade que exerço bem: o dom de transformar a teoria em prática até que ela vire do avesso, saia de dentro e se torne visível (Ou, pelo menos, tento).

Enfim, outro dia caí de gaiata almoçando com duas alunas do terceiro. Aí uma falou assim pra outra: “E você deixou ele?”, “Deixei! Agora eu sou priori de quem me coloca como priori”. Velho, aquilo foi um baque pra mim, porque essa frase eu tinha escrito num texto e essas alunas falaram isso e teceram em mim aquele olhar de quem comunga daquela ideia, um tipo: “Eu li e fazendo!”. Aí eu entrei na minha sala, sentei em minha mesa e pensei: “Hey, sua titica de galinha, tá na hora de você fazer aquilo que você fala!” e cá estou eu encerrando um ano de coordenação pedagógica, morando sozinha, tentando equilibrar família e amigos, namorando um cara maravibeautifull, preparando o ano que vem e, sim, tudo isto está lindamente difícil, cansativo e ideal.


Ou seja, pra quê este textão todo tão confuso? Ele é pra dizer: Pare de repetir coisa feia! Comece a idealizar pra você a vida que você quer e passe a fazer da teoria de vida que você tem aí dentro de você, uma verdade. Pare de pensar negatividade! Existe gente legal, trabalho legal, vida boa e do jeito que você quer, desde que você sintonize a sua energia com a energia correta do universo... 

Pare de falar mal das mulheres de hoje, dos homens atuais, deixe a segunda-feira em paz, trabalhe mais, saia de férias, estude (Estude sempre, a humanidade peca pela ignorância), esforce-se, arrisque, saia de casa, ou continue, se é justamente esse o caso, muda aquela coisa lá que você sabe que já passou da hora, desapega se já aconteceu o que você não queria que acontecesse, parte pra próxima. Faça essa sobrancelha junta sua ou afirme a Frida Kahlo que existe em você. Tome uma atitude individual por você mesm@. Deixe a vida coitadística de lado. Afirme-se. E fazer isto não é complicado, mas também não é pra quem tem preguiça.

(P.S.: Sobre a foto no instagram: Eu não esperei.)

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